"A vida mudou tanto nestes últimos anos que tudo aquilo que foi natural para mim aos 16 (e está bem retratado em Conta-me), ao meu filho parece quase absurdo. A televisão a preto e branco, a hora de fecho de emissão (com o hino nacional e a bandeira ao vento), os telefones, a ausência de computadores, etc, etc, são coisas tão remotas que chegam a parecer primitivas. E, no entanto, passaram apenas trinta anos."
Palavras de Laurinda Alves no seu post sobre a série "Conta-me Como Foi".
Ver esta série do canal 1, cá em casa, também é uma tarefa obrigatória ao domingo.
Esperamos sempre ansiosamente as aventuras, desventuras e tropelias daquela família e os risos que advêm de assistir àquelas peripécias familiares. E tal como diz a Laurinda, também o meu filho, agora com 15 anos e fã da série, acha certas coisas difíceis de acreditar.
Como nasci no ano de 1964, na altura em que a série decorre eu tinha apenas 5 anos, portanto, os aspectos políticos da questão só me foram dados a conhecer após o 25 de Abril quando já tinha 10 anos. Mas lembro-me perfeitamente de viver naquelas condições, quase sem brinquedos, sem TV, sem máquina de lavar roupa e até sem frigorífico. A maioria destes electrodomésticos entraram na minha casa já eu andava na escola, pelos 7 anos.
Na altura as mães eram domésticas, modistas ou bordavam para fora. A instrução era pouca e o dinheiro menos ainda e os poucos privilegiados que tinham dinheiro para tudo o que queriam, tratavam os outros como escumalha.
Passados 40 anos, temos toda a tecnologia do mundo à nossa disposição, internet, trabalhos a 30 ou 40 km de casa, computador em tudo o que é sítio, mas somos, a maior parte, infelizes. Sofremos cada vez mais com problemas resultantes do stress, da falta de exercício, da vida extremamente agitada e difícil. Acentuam-se a obesidade, os problemas cardiovasculares e as depressões...
Estaremos muito melhor hoje?
A evolução que houve no campo da habitação, serviços de saúde, justiça, legislação de trabalho, ao longo das últimas décadas, está agora a ser travada e, novamente, só os ricos têm acesso a tudo com facilidade. Mais uma vez, temos que lutar contra o Estado e contra os patrões, para fazer valer direitos que estão na lei mas que os empregadores não respeitam.
Parece-me que está a voltar tudo ao mesmo! As pessoas começam outra vez a ter medo de falar por causa de represálias no trabalho e nos serviços públicos. Os desempregados são tratados como criminosos e os doentes de baixa ainda pior. Temos todos que saber mais do que os empregados dos balcões de serviços do Estado ou somos completamente ignorados.
Tirando a explosão de tecnologia, não mudámos assim tanto. Com a crise de combustíveis, a crise alimentar e as dificuldades que se avizinham, acho que a febre consumista vai levar um grande golpe.
Se não conseguirmos dar esta volta, a coisa vai ficar preta!
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