Fontes: Relatório de Desenvolvimento Humano 2003, 2005 e 2006, Indicadores do Milénio, Projecto do Milénio, FAO, UNESCO – Relatório de Monitoramento Global 2007, Campanha pela Educação, UNAIDS, UNICEF.
É curioso como continua a haver tanta ignorância neste país.
Há milhões de pessoas que ainda vivem os seus dias a desfolhar revistas cor-de-rosa, em que o ponto mais alto do seu dia acontece quando vêem a novela da noite e pensam que os computadores são máquinas milagrosas que fazem tudo apenas com o pressionar de uma tecla.
A escolaridade obrigatória até ao 9º ano foi o primeiro passo para termos cidadãos um pouco mais informados e que aplicam a sua inteligência em actividades mais construtivas. Há imensas pessoas a estudar à noite para conseguir fazer a escolaridade mínima e, assim, poderem dizer que aprenderam algo de útil na escola de modo a melhorar a sua vida e o seu futuro. No entanto, continua a haver pessoas muito ignorantes.
Isto vem a propósito de uma conversa que tive esta semana à hora do almoço com uma das senhoras da limpeza da universidade onde trabalho. Estava ela e um dos senhores da manutenção a beber o café quando me juntei a eles para almoçar. Falámos de várias coisas. Ela queixou-se principalmente do facto de as suas colegas da limpeza não fazerem o seu serviço com competência, porque não estão para se chatear com nada.
Eventualmente começaram a falar da máquina do multibanco estar a funcionar sem problemas há bastante tempo e como se faria a sua manutenção. Ela acreditava que a manutenção da máquina, inclusive o abastecimento com dinheiro, era toda feita através dos computadores. Quando avariava, já nem precisava de ir lá ninguém para a arranjar.
Expliquei-lhe que se a avaria se devesse a um problema no sistema informático acabaria por ser resolvida "através dos computadores" (pelo software). Mas se o problema fosse na parte física da máquina (hardware) ou se fosse falta de abastecimento alguém teria de a vir arranjar ou reabastecer. Na sua santa ignorância a senhora, mais nova do que eu, acreditava que quando a máquina não tinha dinheiro, bastava mandar o dinheiro pela internet, ou coisa que o valha! Tive que fazer-lhe entender que as notas não se materializam na máquina, alguém tem que ir lá colocá-las para nós podermos levantar o dinheiro!
A inteligência tem um peso muito grande na cultura geral da pessoa.
Eu tenho só o 12º ano, mas leio desde os 4 ou 5 anos. A minha mãe tinha apenas a 1ª classe incompleta e, depois de eu muito insistir, ensinou-me a ler. Sempre gostei de aprender e saber como as coisas funcionam. Por isso faz-me confusão como pessoas, de 30 ou 40 anos, pensam assim e são tão ignorantes. Se fosse uma pessoa idosa, que nem à escola tivesse ido, ainda compreendia, embora haja pessoas analfabetas muito cultas, como era a minha mãe.
Se desperdiçarem o vosso tempo e a vossa inteligência em trivialidades inúteis, como novelas e revistas em que só se fala da vida dos famosos, nunca chegarão a lado nenhum e provavelmente irão passar o resto da vida a limpar chão e casas de banho como aquela senhora. E o mais triste de tudo isso é que estas pessoas nem devem compreender isso...
Eduardo Prado Coelho, antes de falecer, teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos. Tem aqui o link para esta crónica completa que a minha amiga virtual Da planície colocou no seu blog.
Precisa-se de matéria prima para construir um País - Eduardo Prado Coelho, in Público
"A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve.
O que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
...É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda..."
Neste precioso anúncio do IEFP pedem uma secretária/administrativa, carregadinha de qualidades, para a "bela" cidade do Cacém (concelho de Sintra).
Não deixei de reparar que têm erros ortográficos. O facto passaria despercebido se não se tratasse de um anúncio onde pedem uma pessoa que não os faça, o que já de si não é um bom prenúncio. Mais o que mais chama a atenção é o salário oferecido: para um part-time de 4h/dia oferecem 213 euros/mês!
Estarão realmente convencidos que alguém vai responder a esta barbaridade? Será que não se enxergam?
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Aqueles testes da internet que todos sabemos que não valem a ponta de um corno mas que, ainda assim, fazemos por curiosidade. Tal como muita coisa na vida, não deixam de ser divertidos, mãs não têm nenhuma aplicação prática.
Daqui a 5 anos falamos sobre este resultado..
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